Conversas sobre o clima com Francisca Ziniel: “A voz da juventude é a voz da esperança, do futuro e da ação” – CIDSE

    Conversas sobre o clima com Francisca Ziniel: “A voz da juventude é a voz da esperança, do futuro e da ação”

    Foto da capa: Cynesa.

    De 6 a 18 de novembro de 2022, a 27ª Conferência das Partes sobre Mudanças Climáticas da ONU (COP27) ocorreu em Sharm El-Sheikh, Egito. A COP27 deveria ser uma COP africana, que apóia os direitos do povo africano para um futuro sustentável e uma transição de energia limpa e justa. No entanto, a presença de lobistas durante as negociações influenciou o texto final, que é fraco em promover a eliminação dos combustíveis fósseis. O nosso parceiro CYNESA esteve presente e usou sua voz para exigir uma ação climática crucial para o futuro da juventude africana.  

    Entrevista com Carmen Contreras, Diretora de Comunicação da CIDSE.

    Conheci Francisca Ziniel após participar de um evento no pavilhão de seu país, Gana. Ela me recebeu com um grande sorriso e um vestido com bordados típicos de seu país. Nesse dia, os organizadores do pavilhão quiseram homenagear os costumes e tradições de Gana, que, como outros países africanos, já sofre com os fortes impactos das mudanças climáticas. 

    “A mudança climática está causando muitos problemas em meu país. Há desemprego, escassez de alimentos, aumento de preços e limites para as pessoas”, disse-me quando lhe perguntei sobre os desafios que enfrentaram nos últimos anos. Além disso, explicou que os mais afectados são os pequenos agricultores do norte do seu país, que, além de não terem acesso à água, também lutam contra o garimpo ilegal.

    Neste ano, a presidência da COP27 anunciou que, pela primeira vez, Perdas e Danos fariam parte da pauta de negociações. “Como um jovem africano, o fato de que Perdas e Danos é a prioridade máxima me deixa feliz. Nos anos anteriores, quando a África falava sobre Perdas e Danos, outras pessoas achavam que não era um tema para discussão porque não era importante, mas se tornou um assunto importante na COP e, para nós, é como justiça para a África. Justiça para os jovens”, reflete. 

    Este foi um dos resultados mais aplaudidos entre as organizações da sociedade civil no texto final. No entanto, muitos levantaram a voz em protesto ao verem a pouca ambição que existia em torno da descarbonização, pois embora seja um ato de justiça e reparação para os países que sofrem as consequências da crise climática e que, por sua vez, não são os maiores emissores, não há um compromisso real para deter o aquecimento global. 

    Assista a entrevista completa abaixo: 

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