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Quatro anos de impunidade após rompimento de barragem em Brumadinho


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Quando: 20 de janeiro de 2023 - 1h horário do Brasil / 5h CET
Idiomas: EN/PT

CONVITE EM PORTUGUÊS

Por ocasião do quarto aniversário do rompimento da barragem de Brumadinho, CIDSE, CEDH, RENSENADOR, MISEREOR, AVABRUM e COMECE quero comemorar todos aqueles que foram afetados por esta tragédia. Numa altura em que existem negociações a nível europeu e internacional para obrigar as empresas a respeitar os direitos humanos e o ambiente – bem como para aumentar o acesso à justiça às vítimas de abusos empresariais – este trágico acontecimento serve de alerta para os prejuízos que pode ser causada por um sistema que coloca os lucros corporativos acima das pessoas e do planeta. Além disso, demonstra a necessidade de integrar as demandas e preocupações das comunidades afetadas negativamente pelas atividades corporativas no processo legislativo existente para promulgar uma lei europeia de devida diligência.

O rompimento da barragem de Brumadinho representa uma falha sistemática na articulação entre a cadeia de mineradoras, fiscalização estatal e controle privatizado por empresas certificadoras para garantir padrões de segurança e meio ambiente. O caso destaca a necessidade de os legisladores obrigarem as empresas a identificar e abordar tais riscos. Nós nos perguntamos: esse crime poderia ter sido evitado se uma lei da cadeia de suprimentos da Alemanha ou da UE tivesse entrado em vigor antes? O que pode ser feito para garantir que essa nova lei da UE não contenha brechas e faça todo o possível para impedir que tais crimes aconteçam?

Essas e outras questões sobre a situação das pessoas e comunidades afetadas, bem como as dificuldades enfrentadas pelas pessoas que lutam contra a impunidade, serão discutidas por:

ORIGEM
A Vale entrou em colapso, matando 272 pessoas e liberando lodo tóxico no meio ambiente. Apenas quatro meses antes, a subsidiária brasileira da certificadora alemã TÜV SÜD certificou que a barragem era segura, apesar dos altos riscos de segurança conhecidos. Três famílias ainda aguardam o resgate e identificação dos restos mortais de seus entes queridos. As comunidades tradicionais que dependem do rio e da terra para pesca, agricultura e cultivo continuam até hoje sendo afetadas por violações de seus direitos de uso desses bens comuns.
Em 15 de outubro de 2019, juntamente com a ECCHR e a MISEREOR, cinco cidadãos brasileiros, familiares das vítimas, apresentaram uma denúncia criminal contra a certificadora TÜV SÜD e um de seus funcionários na Alemanha. O Ministério Público de Munique está atualmente conduzindo suas investigações para esclarecer a possível responsabilidade criminal dos atores alemães pelo rompimento da barragem.
No Brasil, os processos criminais contra 11 funcionários da Vale SA, cinco funcionários da TÜV SÜD e duas empresas foram anulados em dezembro de 2022 pelo Supremo Tribunal Federal, que determinou que o processo estava tramitando em foro incorreto. Com isso, estão encerrados os processos criminais relativos aos 272 homicídios e diversos crimes ambientais. Uma quantidade significativa de provas obtidas durante a fase de investigação continua válida e pode fornecer motivos para o Ministério Público Federal reabrir o processo criminal.
Até o momento, a impunidade prevalece para a mineradora Vale, a certificadora alemã TÜV SUD, junto com seus respectivos agentes, já que nenhuma pessoa foi julgada.

 

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